domingo, 20 de julho de 2014



Veríssimo Serrão - Nome destacado da Cultura e da Historiografia portuguesas, Joaquim Veríssimo Serrão foi homenageado no passado dia 12 em Santarém, sua cidade natal, com a inauguração de uma estátua.
Se há alguém que, em vida, mereça que se lhe erga uma estátua, esse alguém é o professor Veríssimo Serrão. Para assistir ao descerramento dessa estátua, reuniram-se em frente à Casa da Cultura mais de três centenas de pessoas: família e amigos, alguns antigos condiscípulos, todos unidos na admiração pelo trabalho desse Homem que deixa uma obra gigantesca e um exemplo de probidade, de seriedade e de honestidade que vão rareando nos tempos que correm. Foi professor catedrático de História, Reitor da Universidade de Lisboa, Director da Centro Cultural de Paris, onde muito ajudou os estudantes portugueses que ali se acolhiam, tal como muito ajudou os seus alunos, acompanhando as suas carreiras e auxiliando-os na progressão dessas carreiras. Foi Presidente da Academia Portuguesa de História e num gesto de altruismo e de amor pela sua cidade ofereceu a Santarém a sua biblioteca, mais de 40.000 volumes, agora reunidos no Centro de Investigação Prof. Joaquim Veríssimo Serrão, agora dirigido pelo Prof. Dr. Martinho Vicente Rodrigues, que esteve no cerne desta mais do que justa homenagem

sábado, 21 de junho de 2014



Vasco Pulido Valente tem razão no seu artigo de hoje: «Não consigo agora descobrir a menor diferença entre o que eles propõem para Portugal  caso ganhem em 2015.» O problema, porém, não está aí. Sem discutir méritos, e nada me move contra um ou contra o outro, o que está à vista é que António José Seguro não conseguirá vencer com clareza as próximas eleições legislativas. António Costa poderá não ter melhores propostas mas creio bem que, em eleições legislativas, reunirá mais votos do que o actual Secretário-Geral e a única coisa verdadeiramente importante é afastar Passos Coelho e a gente que o rodeia. Castigar a pesporrência deste Governo, a sua incapacidade, a sua ignorância... Isto para usar palavras suaves que outras mais duras me apetecia escrever.

terça-feira, 18 de março de 2014

Passos Coelho em Berlim - Parece que, preocupado com o seu encontro com a Chanceler alemã, o Primeiro Ministro português, Pedro Passos Coelho, resolveu estudar alemão. Todavia, assoberbado com as tarefas governamentais, parece que só conseguiu aprender três palavras, suficientes, porém, para dispensar intérprete: jawohl, meine Frau.

terça-feira, 11 de março de 2014

Talleyrand -Na sessão de 14 de Agosto de 1789 da Assembleia Nacional francesa falou-se de impostos e foi apresentada uma moção propondo, designadamente, «que os impostos fossem pagos por todos os indivíduos do reino, na proporção das suas rendas» e que «os encargos públicos pesariam de futuro igualmente em todos». Poucos dias depois, um nobre, o Marquês de La Coste, tomou a palavra para, face ao que disse ser o estado lamentável das finanças públicas, apresentar um projecto de cinco pontos do qual se destacava o nº 1: «que os bens eclesiásticos fossem declarados nacionais». Logo um deputado, o Sr. de Landine, fez algumas propostas concretas e dirigiu uma exortação aos eclesiásticos: «Vinde, ministros dos altares, vinde em socorro da pátria: escutai sua voz, que vos chama, é ela que vos dá estes bens, vós não sois mais do que usufrutuários; deveis-lhe este sacrifício por grande que seja.» Logo outro deputado, o Sr. de Talleyrand, Bispo de Autun, veio em seu apoio: «O passo a que Mr. de Landine nos convida, honrará infinitamente o clero.»

Isto de confiscar os bens da Igreja já por cá se viu depois que os liberais chegaram ao poder, em 1834. Largas fortunas se criaram então. Agora, com os neo-liberais, há o perigo de que algum se lembre de medida idêntica. Não, claro, porque tenha qualquer conhecimento destes acontecimentos mas simplesmente porque as aves de rapina a algum sítio precisam de ir buscar o alimento e o terreno de caça é cada vez mais restrito.